ARTIGO | Tem farmacinha em casa? Então armazene de forma correta seus medicamentos

O projeto Saúde-Se, desenvolvido pelo Núcleo Saúde do Vale, da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) trata, nesta semana, sobre o tema armazenamento e o uso adequado de medicamentos. A nucleada convidada é Paula Lazzarom Pinto, supervisora de Compras Privado da empresa Ciamed Distribuidora de Medicamentos.

 

 

É sabido que a automedicação é usada como prática na maioria dos lares brasileiros. O que a grande parte das pessoas não se atenta é para a importância no cuidado da armazenagem dos medicamentos de farmácia caseira.

 

Mantê-los em lugares seguros, longe do alcance de crianças e animais de estimação, minimiza riscos de intoxicação, consumo inadequado ou indevido destas substâncias.

 

O armazenamento correto dos medicamentos garante a estabilidade e qualidade destes para usos futuros, pois a exposição a temperaturas inadequadas, luz solar, oxigênio, umidade e radiação, colaboram para que os mesmos tenham redução e/ou perda de eficácia. Devemos evitar armazenagem destes produtos na cozinha, banheiro e outras partes quentes da casa, locais úmidos e com exposição ao sol, pois a degradação dos fármacos aumenta em até cinco vezes nestas condições.

 

Manter uma farmácia caseira exige atenção quanto às datas de validade, posologia (modo de usar) e interações medicamentosas, ou seja, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro, já que o consumo sem prescrição médica pode acarretar complicações desnecessárias que seriam evitadas com esses cuidados.

 

Na maioria das residências é comum a armazenagem de analgésicos (medicamentos para aliviar a dor), anti-inflamatórios, antitérmicos e antibióticos, geralmente “sobras” de tratamentos anteriores, o que facilita o consumo descontrolado de medicamentos. Algumas substâncias são consideradas inofensivas pela maioria em razão de possuírem sabor adocicado, estando em fácil acesso, principalmente às crianças, acarretando riscos que podem ser fatais pela toxicidade e efeitos adversos.

 

Lembrando também que, muitas vezes, ocorre a indicação de um medicamento por parte de um amigo, parente ou vizinho. Geralmente, estes não detêm o conhecimento técnico médico/farmacêutico adequado para analisar qual o medicamento é indicado para tal enfermidade e, desta forma, corre-se o risco de utilizar um medicamento sem a real necessidade. Utilizar medicamentos prescritos por leigos no assunto ou utilizar sobras de medicamentos de tratamentos anteriores pode ser uma prática perigosa e assim mascarar sintomas de alguma doença mais grave. Por isso, antes de utilizar qualquer medicamento, seja por indicação de um amigo ou de uma sobra de tratamento anterior, consulte algum profissional sobre o assunto, somente ele poderá avaliar o risco x benefício do uso de tal substância.

 

Os antibióticos, por exemplo, são fármacos que combatem as bactérias e infecções e não devem ser utilizados sem prescrição médica, pois o uso indevido causa resistência bacteriana, ou seja, as bactérias podem tornar-se resistentes e, quando de fato precisarmos de um antibiótico, poderemos ter dificuldades de encontrar um que faça o efeito desejado.

 

A preocupação pela facilidade de acesso às crianças é alta, já que alguns dos locais comumente escolhidos para a armazenagem de medicamentos são a cozinha, quartos, banheiro e sala, além de serem lugares de uso comum, a guarda de fármacos ocorre em armários e caixas não lacradas, o que não limita o acesso a estes.

 

Assim para evitarmos desperdícios, riscos de intoxicação e uso inadequado, há algumas dicas para a armazenagem correta dos medicamentos:

 

  1. Sempre manter os medicamentos em locais secos, seguros e preferencialmente específicos para este fim e de temperatura amena;
  2. Em caso de medicamentos líquidos que exijam refrigeração ou medicamentos refrigerados (como insulina, por exemplo), guardar em geladeira, porém não na porta e nem próximo ao congelador;
  3. O medicamento armazenado deve estar identificado para evitar trocas e erros;
  4. As mãos devem ser higienizadas para manipular o medicamento que será ingerido;
  5. Para evitar erros, de produto e dose, abra somente um frasco/caixa por vez;
  6. Para melhor controle de validade, mantenha os medicamentos nas caixas originais;
  7. Sempre observar as datas de validade dos medicamentos e não consumir medicamentos vencidos;
  8. Em caso de alteração de sabor, cheiro ou coloração procure um farmacêutico e tire suas dúvidas;
  9. Sempre utilizar os dosadores que estão na caixa dos medicamentos (colher, copo, seringa…);
  10. Nunca guardar ou deixar medicamentos dentro de automóveis, pois no sol a temperatura dentro do veículo pode ultrapassar os 30 ºC o que leva a perda de eficácia dos medicamentos;
  11. Não descartar os medicamentos em lixo comum, pois é uma prática perigosa ao meio ambiente. Procure um hospital ou posto de saúde para fazer o descarte correto.

 

Inúmeros fatores impactam no resultado dos tratamentos e uso das medicações, já que podemos esquecer os horários, alterar doses sem a orientação médica e até esquecer de tomar o medicamento. Deste modo, o ideal é manter anotações dos horários e quais medicamentos são consumidos, inclusive, se existem prescrições específicas como o turno, ou se devem ser utilizados após alguma refeição.

 

Estas orientações são simples, mas podem colaborar para o uso e armazenamento correto de medicamentos.

 

Paula Lazzarom Pinto

Supervisora de Compras Privado da Ciamed