Empresário Rafael Fontana avalia gestão à frente da ACI-E

Mandato de Fontana teve como um dos principais desafios o enfrentamento da pandemia

A gestão do empresário Rafael Fontana na presidência da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), concluída no dia 31 de dezembro de 2020, foi marcada por importantes desafios. O principal deles teve relação com a pandemia do coronavírus, que exigiu da ACI-E estar engajada em diferentes frentes, ao lado de outras instituições de Encantado e região, para minimizar os impactos da crise, tanto na preservação da saúde, quanto no fortalecimento dos negócios dos associados e no estímulo à retomada da economia local. “Foi um ano em que se percebeu a força e a importância do associativismo, das entidades e de as pessoas estarem juntas, lutando por um mesmo objetivo”, destaca.

 

Fontana lembra que um dos primeiros movimentos, ainda no mês de março, buscou agilizar a disponibilidade do atendimento da UTI-Covid no Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST). Junto com a equipe da Casa de Saúde e o Corpo Clínico foi organizada uma campanha de doação com as empresas da cidade e a arrecadação alcançou R$ 250 mil para custear os serviços na área da saúde.

 

Ao mesmo tempo, a ACI-E trabalhou, em parceria com a Administração Municipal, Câmara de Vereadores, Poder Judiciário, Câmara de Dirigentes Lojistas, Ministério Público, HBST e Corpo Clínico na estruturação dos serviços de atendimento Covid e articulou, junto à bancada gaúcha na Câmara Federal, a conquista de R$ 500 mil, também para investimentos na UTI. Além disso, a entidade envolveu-se no grupo de apoio ao Centro de Operações Emergenciais (COE) para discutir medidas de combate à doença, não só no apoio à saúde e ação social, mas na aquisição dos primeiros testes rápidos.

 

Retomada da economia

 

Assim que as iniciativas na área da saúde foram tomando forma, a ACI-E dedicou atenção na realização de campanhas visando ao estímulo e à retomada da economia de Encantado. “Havia uma preocupação muito grande. As empresas estavam pagando esse custo e o empresário sofrendo muito”, salienta Fontana. A ACI-E lançou a campanha Juntos Somos Mais Fortes, Juntos Vamos Vencer, a fim de estimular o consumidor a adquirir produtos das empresas locais. Ao mesmo tempo, a Associação colocou-se ao lado dos empresários e das autoridades sanitárias a fim de garantir aos consumidores que as lojas e as empresas eram espaços com menos risco de contágio do coronavírus pelas medidas protetivas adotadas.

 

Internamente, a ACI-E criou o Grupo de Apoio ao Associado, que reuniu profissionais voluntários nas áreas do Direito, Contabilidade, Associativismo e Administração de Empresas com o objetivo de orientar o associado em busca de alternativas para superar as dificuldades naquele complicado cenário de pandemia. E ainda promoveu cursos virtuais para estimular o comércio digital. “A aceitação foi rápida por parte dos comerciantes. Temos bons cases de empresas locais que souberam aproveitar o momento para inovar e transformar os seus negócios”, diz Fontana.

 

Distanciamento controlado

 

Rafael Fontana entende que a ACI-E teve participação decisiva na alteração dos critérios das bandeiras, conforme previa o modelo inicial de distanciamento controlado criado pelo governo do Rio Grande do Sul, com o objetivo de restringir ou flexibilizar as atividades comerciais em meio à pandemia. Na primeira rodada, a região do Vale do Taquari recebeu bandeira vermelha, que significava alto risco de contaminação e, portanto, maiores restrições. Em conjunto com outras entidades da região, a ACI-E integrou um comitê de crise do Vale do Taquari para convencer o governo a rever os critérios. “Fomos decisivos nessa mudança. Havia uma discriminação como se o Vale do Taquari fosse a região do coronavírus. Após várias reuniões conseguimos alterar o critério e modificar aquele cenário”, ressalta o ex-presidente.

 

Comitê do Futuro e Núcleos setoriais

 

No ano passado, a ACI-E estruturou o Comitê do Futuro, grupo formado por associados voluntários com o objetivo de elaborar e implementar o Programa de Desenvolvimento para o município de Encantado a curto, médio e longo prazo, numa ação que envolva a participação de vários setores, entre Poder Público, universidades, entidades, empresários e comunidade. “Buscamos experiências de outros municípios e criamos um conceito para propor para Encantado. Queremos reunir mais entidades, conversar com o Legislativo, o Judiciário. Todos os envolvidos precisam estar engajados”,  salienta.

 

Ao longo de 2020, a ACI-E manteve as atividades do Núcleo de Mulheres Empreendedoras SuperAção, do Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho (Saúde do Vale) e criou o Núcleo de Jovens Empreendedores. “Além de promover o associativismo, os Núcleos desenvolvem novas lideranças empresariais, geram negócios e estimulam o desenvolvimento pessoal e econômico dos participantes. Certamente poderemos nos próximos anos criar outros núcleos setoriais visando ao fortalecimento de cada segmento econômico e contribuindo para o crescimento sustentável das nossas empresas, com resultados para toda a comunidade”, acredita Fontana.

 

Enchente histórica

 

A enchente do Rio Taquari, que atingiu a região no dia 8 de julho e trouxe prejuízos a centenas de famílias, mobilizou a Associação, que promoveu ações a favor da comunidade encantadense, como doações de alimentos, água, cobertores e material de limpeza. “A solidariedade que presenciamos naquela oportunidade nos emocionou. A ACI-E, como uma entidade que defende o trabalho em união, não poderia deixar de estar junto naquele momento complicado para muitas pessoas”, ressalta o ex-presidente.

 

Gestão participativa

 

Após a remodelação do estatuto, a presidência de Rafael Fontana foi a primeira no novo modelo de gestão implantado pela Associação, em que o Conselho Deliberativo, formado por 11 integrantes e escolhidos por quatro anos, estrategicamente orienta as ações da diretoria, auxiliando em decisões mais assertivas, em sintonia com os interesses dos associados. “É um formato de gestão mais participativo. O primeiro ganho é a sequência do trabalho. Permite olhar em longo prazo. Os conselheiros sabem o que a entidade precisa, eles ouvem os associados, conhecem suas demandas. Para a diretoria executiva fica mais confortável”, avalia.

 

Próximas pautas

 

Desde o dia 1º de janeiro de 2021, a presidência da ACI-E já está a cargo da empresária Maria Cristina Castoldi, que no ano passado exerceu a função de vice. “A Cris é uma empresária muito bem preparada. Foi uma grande parceira na condução desse processo. Tem uma visão estratégica dos negócios, das empresas e da comunidade. É altamente qualificada e comprometida com as causas comunitárias”, enaltece Fontana. A diretoria executiva para 2021 conta ainda com o advogado Álex Sandro Herold como vice-presidente e o bancário Fábio Pretto como diretor financeiro.

 

Fontana segue no conselho deliberativo da ACI-E. Segundo ele, entre os temas que merecerão um olhar mais atento da entidade estão a segurança pública, com a necessidade de aumento do efetivo da Polícia Civil e Brigada Militar, além da ampliação do sistema de videomonitoramento; melhorias no fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária RGE, tanto na cidade quanto no interior; e melhorias no sinal de telefonia e nas rodovias da região. “Temos várias demandas que estão no nosso horizonte para continuar lutando. A ACI-E está inteirada disso e sabe desses compromissos. Agradeço aos colaboradores da entidade, aos colegas da diretoria, aos conselheiros e aos associados pela parceria que tivemos”, conclui.