Após mobilizações, presidente da ACI-E afirma que adiamento do leilão era um “resultado esperado”

Presidente da ACI-E, Alex Herold

 

A Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) repercute a decisão do governo do RS em adiar o leilão do Bloco 2, que inclui o processo de concessão das rodovias do Vale do Taquari. O certame estava marcado para o dia 1º de setembro, na Bolsa de Valores Oficial do Brasil, em São Paulo, e agora não tem data confirmada.

O comunicado do Palácio Piratini foi feito no final da tarde de quarta-feira, dia 24, e a nota informa que a decisão atende a uma solicitação formal das empresas interessadas na concessão, que entendem ser necessário um estudo mais aprofundado do edital.

“A ACI-E recebe como um resultado esperado, diante de tantas mobilizações que tivemos junto com outras entidades e lideranças do Vale do Taquari desde a publicação do edital”, comenta o presidente da ACI-E, Álex Herold. “Porém, não é o cancelamento. Temos que manter a atenção no sentido de que não seja um movimento de recuo estratégico por ocasião da campanha eleitoral, mas sim um reconhecimento da necessidade de se avançar de outra maneira, ou seja, no amadurecimento do processo de concessão. É o que vamos continuar defendendo”.

 

Ação judicial

No começo desta semana, a ACI-E, em conjunto com a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (ACIL) e a Associação Comercial, Industrial e Serviços de Arroio do Meio (Acisam), ingressou na justiça com um pedido de liminar para suspender o Edital.

Conforme Herold, são vários os motivos que levaram as associações a judicializarem a questão, entre os argumentos estão o período de 23 anos de pagamento de pedágio sem contrapartida em obras, a falta de retorno do governo do RS às ponderações e sugestões de melhorias ao programa de concessões proposto para o Bloco 2, o alto valor da tarifa, projetado em R$ 10,00, a previsão de que apenas um terço da arrecadação será aplicado em obras e a realização do leilão às vésperas da eleição.

“Recentemente, participamos de uma Consulta Popular em que 98,1% dos votantes demonstraram contrariedade ao Programa proposto pelo Estado e pediram a suspensão do Edital”, acrescenta Herold. “Não somos contra a concessão das rodovias e, por consequência, o pagamento de pedágio. Mas queremos que o programa seja discutido e construído com a participação das comunidades, das entidades representativas e dos municípios. Queremos algo justo e que seja bom para todos”.